|:| Corpus Compartilhado Diacrônico: cartas pessoais brasileiras |:| Célia Lopes {celiar.s.lopes@gmail.com} e Silvia Cavalcante {silviare@gmail.com} |:| 31-AA-31-03-1917 |:| Autor: Alarico Land Avellar |:| Destinatário: Helena Land Avellar |:| Data: |:| Versão modernizada |:| Encoding: UTF-8 Rio , 31 de março de 1917 Querida Mamãe . Confirmo a minha carta de 29 do corrente e como a Senhora não desceu hoje , faço esta para saber se está passando pior ou o que há . Nós vamos passando bem . Hoje o calor voltou , tendo sido bom a sua não vinda . Com relação ao negócio de sua parte , não convém qualquer providência para vender ; estive conversando com o Fernando e o melhor meio é tratar-se das partilhas . Os herdeiros que não estão de acordo com a direção que tio Juca está dando aos negócios , fazem uma petição ao Juiz pedindo partilhas e assim findará a pipineira . Disse-me o Fernando que o Jorge quer também acabar com isso e diz que não vai a Petrópolis para evitar uma briga séria . O Fernando vai consultar o Pai sobre o processo judicial para as partilhas , mas pediu-me que seria bem Papai ouvir aí o Doutor Barcellos , que é muito pratico nesses assuntos . Assim a questão cifra-se em Papai expor ao Barcellos a situação em que tio Juca tem agido em nome dos herdeiros e perguntar qual é o processo para as partilhas . É IMPORTANTE INDAGAR SOBRE AS DESPESAS PROVÁVEIS , POIS ESTA QUESTÃO DE FORO É UM HORROR . Espero que a senhora não descurará deste negócio , pois já deve estar farta de ser roubada . Amanhã ou segunda-feira cedo providenciarei para mandar o seu dinheiro , isto é 200$000 da mesada e 300$000 por conta do que devo . Sem outro por hoje , peço queira aceitar com Papai e o Duddy muitas saudades e abraços do filho sempre amigo grato , Alarico